Corrimento x secreção vaginal: você consegue saber diferença?
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Uso de desodorantes íntimos e duchas vaginais em excesso favorecem o corrimento.
Pois é meus amores toda mulher que nota que a calcinha nunca está seca fica na dúvida: é um corrimento vaginal ou uma secreção normal? E embora às vezes parecidos, eles apontam problemas diferentes, podendo ter várias causas e, na maioria das vezes, podem ser evitados e tratados. E de acordo com a ginecologista e Obstetra Erica Mantelli, toda mulher possui uma secreção vaginal própria, que é natural e normal.
— E durante a relação sexual a mulher produz uma secreção pelos órgãos genitais que tem a função de lubrificar a vagina. Essa secreção serve para facilitar a relação sexual e também para proteger o tecido de lesões. Durante o período de ovulação é normal também apresentar uma secreção transparente, viscosa, parecida com clara de ovo. As secreções normais (fisiológicas) não têm cheiro desagradável e devem ser incolores ou de cor branca bem clara. Não provocam coceira, dor ou ardência e também não são motivos de preocupação — afirma a ginecologista.
Esta secreção fisiológica também pode ocorrer no período pré-ovulatório, que acontece no meio do ciclo menstrual, podendo haver um aumento na quantidade dessa secreção, o que também é normal. Já o corrimento vaginal pode ser provocado por inúmeros motivos. E se sua calcinha apresentar uma secreção branca, semelhante ao leite talhado, ou até mesmo amarela ou esverdeada, fique atenta.
— O corrimento vaginal surge quando há alguma infecção genital. Geralmente ele causa muita coceira ou ardência no local. Nesse caso é preciso consultar um ginecologista para que possa diagnosticar o tipo de infecção — alerta Mantelli.
Por que se preocupar com o corrimento vaginal?
O corrimento pode ser um indicador de que algo está errado com sua saúde íntima. E ele pode variar de cor e espessura e também pode estar associado à infecções ou doenças sexualmente transmissíveis. Corrimentos vaginais não tratados podem levar à uma infecção do colo do útero, com comprometimento das tubas uterinas e até dos ovários. Casos graves podem levar à infecção generalizada, além de comprometer a fertilidade da mulher. Em casos graves o tratamento pode incluir internação para antibiótico endovenoso e cirurgia.
Érica revela quais são os principais corrimentos que acometem as mulheres:
• Tricomoníase
É uma infecção na vagina caracterizada como uma doença sexualmente transmissível. A tricomoníase causa corrimento esverdeado ou acinzentado e é acompanhada de prurido intenso. Nem sempre causa odor forte.
• Candidíase
É um dos corrimentos mais frequentes. Pois ela pode ser adquirida durante a relação sexual, por roupas e objetos contaminados, por causa de uma higiene pessoal inadequada ou quando a mulher apresenta baixa resistência imunológica.
— Para evitar esse desconforto a dica é tentar manter a região da vagina o mais arejada possível, pois a candidíase aparece quando a área está quente e úmida — esclarece.
O corrimento é branco com grumos e causa prurido vaginal.
• Gardnerella vaginalis
É uma bactéria que faz parte da flora vaginal da mulher e quando acontece um desequilíbrio dessa flora ocorre o quadro de vaginose bacteriana.
— As bactérias protetoras da vagina são substituídas pela gardnerella vaginalis, que provoca um corrimento de odor forte e que pode ser notado durante a relação sexual causando muito constrangimento na mulher — alerta a médica.
Herpes genital, gonorreia, HPV e também infecções do colo uterino também podem contribuir para o corrimento vaginal.
— Nem sempre o corrimento é causado pelas DSTs. Alguns hábitos, como o uso de desodorantes íntimos, protetores de calcinhas perfumados, duchas vaginais em excesso e permanência prolongada dos absorventes, podem favorecer o corrimento — ressalta Mantelli.
Além da coceira, mau cheiro e secreção vaginal abundante, o corrimento pode causar dor abdominal, aumento da frequência urinária, ardor ao urinar e dor durante a relação sexual.
Cuide da sua higiene íntima
Se você notou uma secreção anormal ou corrimento vaginal procure um ginecologista para diagnosticar o tipo de infecção. Somente no exame ginecológico que o médico irá observar a cor, consistência e o odor da secreção, para então indicar o tratamento específico para o corrimento.
Siga algumas dicas básicas e evite o corrimento constante:
• Evite roupas muito apertadas. As calças devem ser mais largas, de tecidos leves e não sintéticos.
• Dê preferência para o uso de calcinhas de algodão. Evite tecidos sintéticos como lycra ou nylon. Uma boa opção é aproveitar o período noturno para deixar a pele da região genital mais arejada, para isso a mulher pode dormir sem calcinha.
• Roupas íntimas devem ser lavadas com sabão neutro. O uso em excesso de amaciantes e água sanitária é contraindicado, já que esses produtos aderem à fibra do tecido e podem levar ao desenvolvimento de vaginites químicas.
• Tenha o hábito de urinar após as relações sexuais para uma limpeza do trato urinário.
• Durante o período menstrual troque de absorvente entre 4 a 6 horas no máximo.
• Não utilize absorventes protetores de calcinha diariamente, pois causam aumento da temperatura da vagina, umidade e predisposição à infecções vaginais.
• Utilize preservativo durante as relações sexuais, para evitar doenças sexualmente transmissíveis e infecções.
• Se o seu parceiro reclamar de ardor ou secreção no pênis ele precisará da avaliação do médico urologista. O ideal é que o homem faça consultas de rotina para certificar-se de que não apresenta nenhuma patologia.
• Cuidado ao introduzir objetos na vagina para apimentar a relação sexual. Objetos não destinados a este fim podem causar lesões e corrimentos.
• Procure imediatamente um ginecologista no início dos sintomas e jamais use medicamentos por conta própria. Pois pode piorar a situação.
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