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Para
minimizar o desconforto e a vergonha que as pessoas acamadas muitas vezes
sentem, existem cuidados básicos a seguir, principalmente no que toca aos
posicionamentos, à alimentação, à higiene e à saúde, para que o doente possa
sentir-se sempre confortável e seguro.
1.
Para quem
passa longos períodos de tempo numa cama, convém que esta esteja sempre limpa e
cómoda. Utilize lençóis 100% algodão – evita a transpiração do doente e pode
ser lavado a altas temperaturas, o que é importante se a pessoa tiver uma
doença infecciosa ou se sofre de incontinência. No Verão, coloque uma manta de
algodão leve e, no Inverno, um cobertor de lã mais pesado.
2.
Se
necessário, mude diariamente os lençóis da cama. Se não, mantenha-os sempre bem
esticados e livres de migalhas ou outros vestígios de comida. Os lençóis
enrugados são desconfortáveis, podem restringir a circulação e contribuir para
a formação de feridas.
3. O utente deve sair da cama para que esta
possa ser mudada, permitindo-lhe também realizar algum exercício e distrair-se.
Caso não seja possível, mudar os lençóis requererá alguma destreza:
o Retire a almofada e o lençol de cima;
o Com uma mão no braço ou ombro e outra na
perna dobrada, rode o doente para o bordo da cama, puxando-o na sua direção;
o Certifique-se que o doente está seguro e numa
posição fixa;
o Retire o lençol de baixo e liberte-o até às
costas do doente;
o De seguida, coloque o lençol limpo,
aproximando-o das costas do doente;
o Agora, desloque o doente para o outro lado da
cama, utilizando a mesma técnica;
o Retire o lençol sujo e estique o lençol de baixo
completamente;
o Mude a fronha da almofada;
o Posicione o doente novamente e certifique-se
que está confortável;
o Termine com o lençol de cima e a manta ou
cobertor.
4.
Para o
doente poder comer, ver televisão, ler ou receber visitas, será necessário
sentá-lo na cama, o que pode ser feito por uma ou duas pessoas. Se o fizer
sozinho, peça ao doente para dobrar as pernas, agarrando-o com um braço por
baixo destas e outro por baixo das axilas. No momento da mudança de posição, e
para facilitar a mesma, o doente deve enterrar os pés e fazer a máxima força
possível com as pernas. Se tiver ajuda, devem posicionar-se um de cada lado do
doente; colocando cada um o braço debaixo dos glúteos do acamado e dando as
mãos.
De seguida coloquem o outro braço por de trás das suas costas, até ao
ombro oposto. Peça ao doente para dobrar as pernas, levantar a cabeça e colocar
os seus braços por cima dos vossos ombros. Por fim, e tal como um “baloiço”,
erga a pessoa pelas costas e empurre os glúteos para baixo.
5.
Ajudar um
doente a levantar-se e a deslocar-se para uma poltrona é outra prática comum
que requer força e firmeza:
o Comece por sentar a pessoa no bordo da cama,
colocando um braço por baixo dos ombros e outro por baixo dos seus joelhos, que
devem estar ligeiramente flectidos;
o O doente deve colocar os braços em volta do
seu pescoço ou ombros e a rotação é feita com a ajuda dos glúteos;
o Já sentado, coloque uma toalha ou um pano
grande em volta da cintura do acamado e agarre-o pelas extremidades;
o De seguida, deve apertar, com os seus pés, os
joelhos e os pés do doente, de forma a bloqueá-los;
o Agora, com a ajuda do pano, que deve ser
puxado firmemente pelas pontas, pode levantá-lo, apertando-o contra si;
o Segue-se a deslocação para a poltrona, que
deve ser feita com passos muito pequenos, sempre com recurso ao pano e com o
doente encostado a si;
o Para sentar a pessoa na poltrona, basta
inverter o movimento anterior: de braços esticados e joelhos flectidos, ambos
devem-se afastar e abaixar simetricamente, até o doente se conseguir sentar;
o Verifique se o doente está confortável,
apoiando-o com almofadas se necessário.
o Para voltar a deitar a pessoa, inverta o
processo.
6.
Mudar
frequentemente o acamado de posição é necessário para evitar, entre outras
complicações, as feridas. Posicione o doente próximo de si, cruzando os seus
braços por cima do peito e a perna mais próxima por cima da outra; se vai virar
o doente para o outro lado, mantenha-se do mesmo lado da cama; se o quiser
virar na sua direção, vá para o lado oposto; coloque uma mão no seu ombro e
outra na anca, fazendo-o rolar na sua direção ou afastando-o de si; verifique
se está bem posicionado e acomode-o com almofadas.
7.
Dar banho
a um acamado é muito importante: para além dos cuidados higiénicos essenciais,
proporciona uma sensação de bem-estar e de relaxamento. A si, permite-lhe
avaliar o estado da pele da pessoa, aplicar um creme hidratante e ministrar
pequenas massagens que ativam a circulação.
o Para começar, puxe os lençóis para trás,
ajude o doente a despir-se e coloque-o junto de si, num dos lados da cama;
o Utilize uma toalha para tapá-lo e outra para secá-lo;
o Peça ao doente para testar a água e inicie o
banho com recurso a uma luva própria: comece pela cara, mas não utilize
sabonete nesta zona;
o Passe para a zona do peito, lave, passe por
água e seque;
o Estenda os seus braços (um de cada vez) e
coloque uma toalha debaixo do mesmo para elevá-lo. Enquanto repete todo o
processo, deixe-o imergir as mãos no recipiente para lavar as unhas;
o Tape o peito com a toalha e repita o processo
na zona abdominal;
o Se houver necessidade, pode trocar a água do
recipiente;
o Utilizando a mesma técnica com a toalha, lave
e seque as pernas, imergindo também os pés no recipiente;
o Troque novamente a água;
o Posicione o acamado de lado e cubra o
restante corpo enquanto lava as costas, nádegas e ancas;
o Por fim, vista o acamado.
8.
Os mesmos
cuidados devem ser seguidos no que toca à higiene oral, a lavar o cabelo, a
fazer a barba e ao tratamento das unhas (mãos e pés).
9.
As feridas
são comuns nos acamados, por isso, quando surgem, é necessário tratá-las
imediatamente para prevenir infecções. As feridas devem ser bem limpas com água
e sabão ou uma solução antisséptica, seguida da aplicação de uma pomada
antibiótica e depois tapadas com gaze esterilizada. Se, após uma semana, a
ferida não estiver cicatrizada, se a zona adjacente estiver sensível, vermelha
ou inchada ou se a pessoa se queixar de dores, consulte o seu médico.
10.
Organizar
e administrar corretamente os medicamentos da pessoa acamada é crucial. Para
que não haja enganos em termos de dosagem e horários de toma, mantenha uma
lista atualizada e utilize as caixas de distribuição de comprimidos como
auxiliar.
11.
Servir as
refeições a uma pessoa acamada também exige cuidados próprios: posicione-a de
forma adequada, ajude-a a lavar as mãos e estenda uma toalha no seu peito; opte
por utilizar uma colher, que é mais segura, e uma pequena palhinha no copo,
para que possa beber mais facilmente; alterne os alimentos sólidos com os
líquidos e mantenha a sua boca sempre limpa. No final, lave-lhe as mãos, a cara
e os dentes.
12.
Para os
momentos normalmente relacionados com as idas à casa de banho, pode assistir o
acamado com o auxílio de uma arrastadeira.
o Coloque umas luvas e aqueça a arrastadeira;
o Ajude a pessoa a posicionar-se corretamente –
com os joelhos flectidos e os pés pousados na cama, eleve as ancas e coloque a
arrastadeira, ajudando a pessoa a sentar-se;
o Se não for possível, vire a pessoa de lado,
coloque a arrastadeira na posição correta e volte a virar o acamado;
o Cubra o acamado, coloque o papel higiênico à
sua beira e, se possível, ausente-se, dando à pessoa alguma privacidade;
o Se for necessário, ajude o acamado a limpar e
a lavar-se;
o Lave e desinfete a arrastadeira;
o Deite fora as luvas que utilizou.
13.
Para
limitar a propagação de bactérias e de infecções, deve lavar as mãos antes e
depois de lidar com pessoas acamadas.
14.
Enquanto
estiver a cuidar, a alimentar, a dar banho ou a mudar o acamado de posição, é
importante falar continuamente com ele, explicando o que está a fazer e o porquê.
Desta forma, consegue tranquilizá-lo e obter a sua colaboração, o que acaba por
facilitar todos os movimentos. Nunca apresse um doente acamado, respeite o seu
próprio ritmo. Tente motivar a pessoa para fazer o máximo que pode sozinha.
*Cuidados.com
Para
minimizar o desconforto e a vergonha que as pessoas acamadas muitas vezes
sentem, existem cuidados básicos a seguir, principalmente no que toca aos
posicionamentos, à alimentação, à higiene e à saúde, para que o doente possa
sentir-se sempre confortável e seguro.
1.
Para quem
passa longos períodos de tempo numa cama, convém que esta esteja sempre limpa e
cómoda. Utilize lençóis 100% algodão – evita a transpiração do doente e pode
ser lavado a altas temperaturas, o que é importante se a pessoa tiver uma
doença infecciosa ou se sofre de incontinência. No Verão, coloque uma manta de
algodão leve e, no Inverno, um cobertor de lã mais pesado.
2.
Se
necessário, mude diariamente os lençóis da cama. Se não, mantenha-os sempre bem
esticados e livres de migalhas ou outros vestígios de comida. Os lençóis
enrugados são desconfortáveis, podem restringir a circulação e contribuir para
a formação de feridas.
3. O utente deve sair da cama para que esta
possa ser mudada, permitindo-lhe também realizar algum exercício e distrair-se.
Caso não seja possível, mudar os lençóis requererá alguma destreza:
o Retire a almofada e o lençol de cima;
o Com uma mão no braço ou ombro e outra na
perna dobrada, rode o doente para o bordo da cama, puxando-o na sua direção;
o Certifique-se que o doente está seguro e numa
posição fixa;
o Retire o lençol de baixo e liberte-o até às
costas do doente;
o De seguida, coloque o lençol limpo,
aproximando-o das costas do doente;
o Agora, desloque o doente para o outro lado da
cama, utilizando a mesma técnica;
o Retire o lençol sujo e estique o lençol de baixo
completamente;
o Mude a fronha da almofada;
o Posicione o doente novamente e certifique-se
que está confortável;
o Termine com o lençol de cima e a manta ou
cobertor.
4. Para o doente poder comer, ver televisão, ler ou receber visitas, será necessário sentá-lo na cama, o que pode ser feito por uma ou duas pessoas. Se o fizer sozinho, peça ao doente para dobrar as pernas, agarrando-o com um braço por baixo destas e outro por baixo das axilas. No momento da mudança de posição, e para facilitar a mesma, o doente deve enterrar os pés e fazer a máxima força possível com as pernas. Se tiver ajuda, devem posicionar-se um de cada lado do doente; colocando cada um o braço debaixo dos glúteos do acamado e dando as mãos.
De seguida coloquem o outro braço por de trás das suas costas, até ao
ombro oposto. Peça ao doente para dobrar as pernas, levantar a cabeça e colocar
os seus braços por cima dos vossos ombros. Por fim, e tal como um “baloiço”,
erga a pessoa pelas costas e empurre os glúteos para baixo.
5.
Ajudar um
doente a levantar-se e a deslocar-se para uma poltrona é outra prática comum
que requer força e firmeza:
o Comece por sentar a pessoa no bordo da cama,
colocando um braço por baixo dos ombros e outro por baixo dos seus joelhos, que
devem estar ligeiramente flectidos;
o O doente deve colocar os braços em volta do
seu pescoço ou ombros e a rotação é feita com a ajuda dos glúteos;
o Já sentado, coloque uma toalha ou um pano
grande em volta da cintura do acamado e agarre-o pelas extremidades;
o De seguida, deve apertar, com os seus pés, os
joelhos e os pés do doente, de forma a bloqueá-los;
o Agora, com a ajuda do pano, que deve ser
puxado firmemente pelas pontas, pode levantá-lo, apertando-o contra si;
o Segue-se a deslocação para a poltrona, que
deve ser feita com passos muito pequenos, sempre com recurso ao pano e com o
doente encostado a si;
o Para sentar a pessoa na poltrona, basta
inverter o movimento anterior: de braços esticados e joelhos flectidos, ambos
devem-se afastar e abaixar simetricamente, até o doente se conseguir sentar;
o Verifique se o doente está confortável,
apoiando-o com almofadas se necessário.
o Para voltar a deitar a pessoa, inverta o
processo.
6.
Mudar
frequentemente o acamado de posição é necessário para evitar, entre outras
complicações, as feridas. Posicione o doente próximo de si, cruzando os seus
braços por cima do peito e a perna mais próxima por cima da outra; se vai virar
o doente para o outro lado, mantenha-se do mesmo lado da cama; se o quiser
virar na sua direção, vá para o lado oposto; coloque uma mão no seu ombro e
outra na anca, fazendo-o rolar na sua direção ou afastando-o de si; verifique
se está bem posicionado e acomode-o com almofadas.
7.
Dar banho
a um acamado é muito importante: para além dos cuidados higiénicos essenciais,
proporciona uma sensação de bem-estar e de relaxamento. A si, permite-lhe
avaliar o estado da pele da pessoa, aplicar um creme hidratante e ministrar
pequenas massagens que ativam a circulação.
o Para começar, puxe os lençóis para trás,
ajude o doente a despir-se e coloque-o junto de si, num dos lados da cama;
o Utilize uma toalha para tapá-lo e outra para secá-lo;
o Peça ao doente para testar a água e inicie o
banho com recurso a uma luva própria: comece pela cara, mas não utilize
sabonete nesta zona;
o Passe para a zona do peito, lave, passe por
água e seque;
o Estenda os seus braços (um de cada vez) e
coloque uma toalha debaixo do mesmo para elevá-lo. Enquanto repete todo o
processo, deixe-o imergir as mãos no recipiente para lavar as unhas;
o Tape o peito com a toalha e repita o processo
na zona abdominal;
o Se houver necessidade, pode trocar a água do
recipiente;
o Utilizando a mesma técnica com a toalha, lave
e seque as pernas, imergindo também os pés no recipiente;
o Troque novamente a água;
o Posicione o acamado de lado e cubra o
restante corpo enquanto lava as costas, nádegas e ancas;
o Por fim, vista o acamado.
8.
Os mesmos
cuidados devem ser seguidos no que toca à higiene oral, a lavar o cabelo, a
fazer a barba e ao tratamento das unhas (mãos e pés).
9.
As feridas
são comuns nos acamados, por isso, quando surgem, é necessário tratá-las
imediatamente para prevenir infecções. As feridas devem ser bem limpas com água
e sabão ou uma solução antisséptica, seguida da aplicação de uma pomada
antibiótica e depois tapadas com gaze esterilizada. Se, após uma semana, a
ferida não estiver cicatrizada, se a zona adjacente estiver sensível, vermelha
ou inchada ou se a pessoa se queixar de dores, consulte o seu médico.
10.
Organizar
e administrar corretamente os medicamentos da pessoa acamada é crucial. Para
que não haja enganos em termos de dosagem e horários de toma, mantenha uma
lista atualizada e utilize as caixas de distribuição de comprimidos como
auxiliar.
11.
Servir as
refeições a uma pessoa acamada também exige cuidados próprios: posicione-a de
forma adequada, ajude-a a lavar as mãos e estenda uma toalha no seu peito; opte
por utilizar uma colher, que é mais segura, e uma pequena palhinha no copo,
para que possa beber mais facilmente; alterne os alimentos sólidos com os
líquidos e mantenha a sua boca sempre limpa. No final, lave-lhe as mãos, a cara
e os dentes.
12.
Para os
momentos normalmente relacionados com as idas à casa de banho, pode assistir o
acamado com o auxílio de uma arrastadeira.
o Coloque umas luvas e aqueça a arrastadeira;
o Ajude a pessoa a posicionar-se corretamente –
com os joelhos flectidos e os pés pousados na cama, eleve as ancas e coloque a
arrastadeira, ajudando a pessoa a sentar-se;
o Se não for possível, vire a pessoa de lado,
coloque a arrastadeira na posição correta e volte a virar o acamado;
o Cubra o acamado, coloque o papel higiênico à
sua beira e, se possível, ausente-se, dando à pessoa alguma privacidade;
o Se for necessário, ajude o acamado a limpar e
a lavar-se;
o Lave e desinfete a arrastadeira;
o Deite fora as luvas que utilizou.
13.
Para
limitar a propagação de bactérias e de infecções, deve lavar as mãos antes e
depois de lidar com pessoas acamadas.
14.
Enquanto
estiver a cuidar, a alimentar, a dar banho ou a mudar o acamado de posição, é
importante falar continuamente com ele, explicando o que está a fazer e o porquê.
Desta forma, consegue tranquilizá-lo e obter a sua colaboração, o que acaba por
facilitar todos os movimentos. Nunca apresse um doente acamado, respeite o seu
próprio ritmo. Tente motivar a pessoa para fazer o máximo que pode sozinha.
*Cuidados.com
: